Independentemente da questão de saber se existe base legal para alargar para 10 anos o período de recuperação do défice tarifário (a lei fala em 5 anos...), a decisão ministerial que reduziu a actualização das tarifas para 6% suscita outra questão: é que, se não houver redução dos encargos, esse aumento não dá sequer para repor o equilíbrio tarifário, muito menos para recuperar o défice acumulado, o qual portanto continuará a aumentar em 2007, em vez de diminuir. O ministro não esclareceu como se vai resolver a questão no futuro.
Com isto vai provavelmente continuar adiada a abertura do mercado à concorrência. Será que isto faz algum sentido num mercado oficialmente liberalizado? E, na medida em que continua a afastar a entrada de outras empresas (nomeadamente as espanholas) no mercado doméstico, será que a situação não vai ser questionada pela Comissão Europeia?
"O que nasce torto..."