Terceira tese: 'O Iraque está a ferro e fogo, o Irão mais forte que nunca e o Médio Oriente no caos - mas Portugal vai bem, obrigado'
Durão Barroso acha que apesar de aquilo no Iraque estar "a correr manifestamente muito mal" (momento de lucidez numa entrevista pontuada pela obfuscação e o revisionismo), contas feitas "do ponto de vista português, não houve nada a lamentar." Óptimo, ficamos todos muito aliviados!
Barroso justifica este resumo positivo do 'dossier Iraque' principalmente com a sua própria nomeação para Presidente da Comissão, "que demonstra que [a posição de Portugal na altura] não prejudicou em nada a imagem de Portugal junto dos seus parceiros europeus."
Barroso parece estar convencido de duas coisas:
Primeiro, que o facto de ele próprio ter sido escolhido para Presidente da Comissão serve como barómetro da opinião pública europeia e mundial sobre Portugal. Tipo Luís XIV - l'état c'est moi. Só que o absolutismo já acabou e há muita gente, dentro e fora de Portugal, que não foi acometida de amnésia em relação ao papel de Portugal na guerra do Iraque lá porque Durão Barroso é agora Presidente da Comissão.
Segundo, Barroso parece achar que ser nomeado Presidente da Comissão em 2004 representa um grande triunfo para Portugal; eu continuo a pensar que ele chegou lá porque Tony Blair o “inventou” justamente porque ele se perfilava como um Presidente às ordens, fraco (acabava de ser derrotado nas eleições europeias, em que o PS de Ferro Rodrigues arrancara 45% ds votos!). E por ser o mínimo denominador comum. O facto da nomeação de Barroso travar o passo a figuras da estatura política de um Jean-Claude Juncker ou de um Chris Patten (para não falar em António Vitorino, que Barroso dizia apoiar, enquanto há meses cozinhava com Blair e quejandos a sua própria candidatura) não abona especialmente em favor de Portugal. E muito menos em favor da coerência da política portuguesa em relação ao Iraque.
Durão Barroso acha que apesar de aquilo no Iraque estar "a correr manifestamente muito mal" (momento de lucidez numa entrevista pontuada pela obfuscação e o revisionismo), contas feitas "do ponto de vista português, não houve nada a lamentar." Óptimo, ficamos todos muito aliviados!
Barroso justifica este resumo positivo do 'dossier Iraque' principalmente com a sua própria nomeação para Presidente da Comissão, "que demonstra que [a posição de Portugal na altura] não prejudicou em nada a imagem de Portugal junto dos seus parceiros europeus."
Barroso parece estar convencido de duas coisas:
Primeiro, que o facto de ele próprio ter sido escolhido para Presidente da Comissão serve como barómetro da opinião pública europeia e mundial sobre Portugal. Tipo Luís XIV - l'état c'est moi. Só que o absolutismo já acabou e há muita gente, dentro e fora de Portugal, que não foi acometida de amnésia em relação ao papel de Portugal na guerra do Iraque lá porque Durão Barroso é agora Presidente da Comissão.
Segundo, Barroso parece achar que ser nomeado Presidente da Comissão em 2004 representa um grande triunfo para Portugal; eu continuo a pensar que ele chegou lá porque Tony Blair o “inventou” justamente porque ele se perfilava como um Presidente às ordens, fraco (acabava de ser derrotado nas eleições europeias, em que o PS de Ferro Rodrigues arrancara 45% ds votos!). E por ser o mínimo denominador comum. O facto da nomeação de Barroso travar o passo a figuras da estatura política de um Jean-Claude Juncker ou de um Chris Patten (para não falar em António Vitorino, que Barroso dizia apoiar, enquanto há meses cozinhava com Blair e quejandos a sua própria candidatura) não abona especialmente em favor de Portugal. E muito menos em favor da coerência da política portuguesa em relação ao Iraque.