«As suas observações [sobre as farmácias] são justas, nomeadamente ao referir que se acabou com o "monopólio" profissional mas se manteve um "redil" de clientela que na prática constitui um monopólio.
A parte menos consistente, permita-me assim dizer, da sua argumentação é ao não enfatizar este monopólio relativamente ao que foi extinto (profissional). Este é que é importante, e, aqui, o Governo baqueou absolutamente face aos estranhamente desproporcionados poderes da ANF. Está a par do "polvo" que a ANF está a criar à volta dos associados? Porque foi, e é, tolerado à ANF o exercício de funções de autêntica instituição financeira?
Sabe que há pequenas farmácias (100m2, 800-900 mil euros de vendas) a ser vendidas por 2 a 3 milhões de euros? E sabe com certeza que estes valores, bem denunciadores dum regime de licenciamento que conhece melhor que eu, sofreram uma forte subida com as alterações recentes àquele regime? (...) Eu, para "declaração de interesses", devo dizer que não faço parte de nenhuma daquelas "partes", sou apenas pagante, pela via dos impostos e da minha comparticipação, de margens de lucros absurdas face ao investimento necessário à actividade e, sobretudo, à absoluta ausência de risco no negócio. (...)»
Norberto M. G.