Pelo meu lado ainda, rejeitei, chocada, a tese avançada por um dos meus interlocutores jornalistas de que esta súbita reviravolta portuguesa se devesse à necessidade de grangear mais apoios para a candidatura ao Conselho de Segurança da ONU nas eleições a ter lugar em 2010.
Essa razão, de tão rasteira que é, nem me atrevo eu a imputar ao Presidente Cavaco Silva.
Por que carga de água razões de fundo e respeitáveis, ainda que enganadas nas premissas, haveriam agora de ser mandadas às urtigas pelo oportunismo de promover uma presença efémera Portugal no CSNU?
Uma presença que de pouco vale, realmente, para o prestígio e influência internacional do país (diz quem lá esteve em 97/98, trabalhou para lá estarmos e se desunhou e divertiu à brava por lá estarmos).
De facto, ter assento no CSNU só expõe negativamente os países que não têm política externa coerente e consistente em todos os azimutes...
Nem chego ao ponto de fazer aquela pertinente e embaraçosa pergunta que António Guterres nos fazia, ao diplomatas que se esmifravam para pôr Portugal no CSNU em 1996, para provar que a relevância de estar no CSNU era afinal ...irrelevante : “Ora, diga-me lá: que países estão actualmente no CSNU além dos P5?"