Embora tendo juntado mais uma peça ao enigma sobre os seus propósitos, Manuel Alegre continua a reservar a sua decisão, sem deixar perceber se foi ou não bafejado pela "revelação" a que há tempos se referiu.
Mas, mesmo que viesse a consumar a dissidência e a formar novo partido (e uma coisa não envolve necessariamente a outra), não vejo nenhuma razão para a excitação que vai pelas bandas da esquerda radical. Pois é evidente que um hipotético partido "alegrista", mesmo que atingisse alguma expressão política e eleitoral (o que não pode ser dado como certo), não prejudicaria somente o PS (embora menos do que se julga) mas também o BE e o próprio PCP (como este percebeu desde cedo).
O único ganhador certo de uma secessão partidária no PS seria obviamente a Direita.