O plano do PSD para a recuperação económica revela a pobreza de ideias, o aventureirismo e a irresponsabilidade política que grassam naquele partido.
Primeiro, custando mais de 1 500 milhões de euros (nas contas do próprio PSD), o plano seria um fardo adicional incomportável para as finanças públicas, aumentando exponencialmente o défice orçamental e o endividamento público, já duramente pressionados pela inevitável redução das receitas públicas (por causa da contracção da actividade económica) e pelo aumento da despesa decorrente das medidas de apoio ao investimento e ao emprego já em vigor. Segundo, as reduções maciças propostas nas contribuições para a segurança social dariam um rombo na sua sustentabilidade financeira, quando esta é essencial para assegurar as despesas adicionais provocados pela recessão. Terceiro, as várias reduções tributárias gerais (na CSU e no IRC) beneficiariam inúmeras empresas que não precisam de nenhum apoio, a pretexto do apoio às que realmente precisam.
Ainda que uma ou outra proposta possa ser equacionada (como a da preferência das PME em compras públicas), globalmente considerado, o dito plano é imprestável, não passando de uma operação eleitoralista de baixa credibilidade.