A história da composição do novo Conselho de Supervisão da EDP, cheio de membros grados do PSD e do CDS, mostra que o Estado bem pode retirar-se das empresas, mas que os partidos do poder, não. Em vez de uma parceria entre o Estado e os demais accionistas de referência, como antes da privatização total, passaremos a ter uma aliança entre os segundos e os partidos que representam politicamente os interesses empresariais.
Quem acredita que as privatizações trazem uma virtuosa separação entre a economia e a política engana-se. O que passa a haver é a influência das empresas privatizadas no Estado, por via dos partidos do Governo cooptados pelas donos das empresas, que não querem passar sem o Governo...