O PM usa e abusa do "poucochinho" - poucochinho desvio recessivo relativamente às previsões poucochinhas do governo, poucochinha recuperação em horizonte de Europa poucochinha.
A "Dra. Judite" faz perguntas poucochinhas, a pedir respostas "de pacotilha", nota o PM...
"Qual é o seu limite máximo para o desemprego?" pergunta ela, arrostando com uma resposta prolixa, a revelar que, em matéria de desemprego, ao menos, não vai pelo poucochinho: "the sky is the limit..." sugere Passos sem pejo, a encolher os ombros ao admitir "que vão pagar muito caro" os que não arranjarem emprego nos próximos meses à conta da recessão engendrada pela obsessão de austeridade do seu governo...
"Não temos bola de cristal.. Mas não tenho nada para prever mais medidas de austeridade", decanta ele em todos os tons.
Discerne-se a estratégia económica do Governo: "quanto se bate no fundo (e ainda não chegamos lá, reconhece), depois começa-se a recuperar!" - assim se resume a tese do mergulho na piscina, de sabedoria gasparo-laparal. Elementar, minha cara Judite, elementar! Não topa?
Em 2013, por virtude do impulso de batermos no fundo entretanto, "já vamos estar a recuperar", poucochinho, assevera o PM, que garante défice de 4,5% para o ano e se atreve a antever viragem já no final 2012.
Passos repassa que nunca jurará que não sejam precisas mais medidas de austeridade... Embora não as preveja. Por ora.
E se a execução orçamental não correr bem? alarma Judite...a "situação de emergência nacional não está ultrapassada", adverte ele, a Europa vai crescer menos.
Riscos de derrapagem na execução orçamental, vendo a receita do Estado cair? ele nega-os mas, apertado, afinal também não os exclui. "Não temos nenhum indicador que aponte para isso", é o mantra a que se agarra.
As previsões mais pessimistas não têm nada a ver connosco- é tudo devido a factores externos, esses malandros....
"Não me rendo facilmente a uma inexorabilidade dessas" - ou seja, não aceita "facilmente" ir buscar mais resgate, nem pedir mais prazo (só dificilmente ou "in extremis", como o outro?)
"Os nossos juros estão a baixar", atira a bóia.
Vai ficar à espera que seja a Troika a fazer ajustamentos ao memorando? pergunta ela: "já houve vários, uma "review" cada três meses" arremessa ele- ou seja, o que a Troika diz, só se escreve quando o governo quer....Embora quando convém, se atirem culpas das maldades feitas aos portugueses prá Troika.
Se se aplicarem no trabalho de casa, mesmo que venham estropiados, a professora Angela dá nota para passar e mesada "pró pitrolio", consola-se ele.
"Se pedíssemos mais tempo, seria sinal de que estaríamos a baixar os braços", compunge-se Coelho.
Judite retorque "mas estão pobres e remediados a pagar mais, e ricos a serem poupados! a percepção de injustiça não põe em risco a coesão social?" inquieta-se ela. E ele assepticamente distante "mas qual injustiça?" Sim, mas qual elefante?
Ele afiança, sem rir, que corte salarial foi para todos. Ela lembra-lhe os regime de excepção, por exemplo na Caixa e a percepção publica de iniquidade. Mas qual elefante, qual carapuça, desvaloriza ele, olímpico.
"Este governo não cortou 5%, cortou 14%, à função publica" - gaba-se, para se desculpar depois com Sócrates....
E que vai o governo fazer para corrigir as rendas excessivas, no sector da energia, por exemplo? E não só, diz ele: uma taxa adicional está ser aplicada, sacrifícios são pedidos a todos. Quando atacam as rendas excessivas? - nas próximas semanas, diz ele. Para penalizar menos os consumidores, empresas e famílias, promete.
Coelho calimero- a Judite mázinha "nao deixa responder"...
Como acertar com PS a regra de ouro? PS precisa de "amadurecer melhor", opina Passos, concedendo que está pronto a conceder ao PS, desde que este conceda.
Crispação do PSD contra PS no congresso - não viu, não viu. Desabafo sim, pela herança socratica que revolta as bases. "Não foi essa a minha abordagem, mas não ponho rolhas na boca dos militantes" desculpa-se.
"Não está em causa o consenso com o PS"- espera que não. Mas esse é recurso que só rende lá fora...cá dentro é malhar neles.
300.000 desempregados sem subsidio de desemprego, casos de policia BPN, "rebundling" sob batuta chinesa, reforma autárquica, nomeações do centrão, reavaliações PPP que tardam, a seca, protecção civil, educação, justiça e combate a criminalidade, a Espanha a ser empurrada para o resgate, o euro ainda em risco, a falta de Europa e de politica europeia - tudo irrelevâncias, imerecedoras do interesse de Judite e Pedro.
Sem novidade, sem convicção, contraditório, obfuscante. Um PM agarrado à ideologia ultra-liberal, invisível na Europa, masoquista deslumbrado pelos diktats Merkozy, aprendiz de feiticeiro incapaz de controlar o génio que libertou da garrafa.
Porque é que se dão entrevistas quando se pensa poucochinho, se diz poucochinho e poucochinho se quer esclarecer?