Sim, o aumento da contribuição social dos trabalhadores em sete pontos percentuais (de 11 para 18%) é uma violência, em especial para as remunerações brutas mais baixas (que por isso deveriam ser poupadas ou compensadas). Todavia, importa lembrar que já no corrrente ano os trabalhadores do sector público (e todos os pensionistas) perderam os dois subsídios mensais extraordinários, o que equivale ao dobro daquele corte de rendimentos (embora tenham sido poupadas as remunerações e pensões mais baixas).
Por outro lado, é de prever que a descida sigificativa da contribuição social das empresas (quase seis pontos percentuais), tornando mais leve o custo do trabalho, reforce a sua capacidade de enfrentar a crise, reduzindo as suas necessidades de financiamento, aumentando a sua competitividade e travando a subida do desemprego (supondo que a descida da procura não neutraliza esse efeito). Ora, pior do que perder rendimentos é perder o emprego.
Sem dúvida, a medida é muito penosa para quem a sofre, mas pode não ser tão má como parece nos seus efeitos.