Não menos inesperadamente, o líder do PS veio anunciar uma proposta de revisão da lei eleitoral, incluindo à cabeça a redução do número de deputados.
Para além de controversa em si mesma, sucede que essa proposta -- que é um dos cavalos de batalha tradicionais do PSD (que lhe chamará um figo...) -- sempre teve a oposição do PS, pelo menos como solução isolada, fora do quadro de uma revisão geral do sistema eleitoral (que pressupõe um compromisso interpartidário).
É certo que essa ideia, assim como outras adiantadas por Seguro ("voto preferencial" e aumento das incompatibilidades dos deputados), podem colher algum apoio na opinião pública (por razões nem sempre nobres...). Mas faz algum sentido iniciar unilateralmente um processo de revisão avulsa da lei eleitoral nesta fase final da legislatura, a não ser como acção de campanha na disputa eleitoral que se vai travar no PS sobre a liderança?
O oportunismo político, porém, nem sempre paga.