Não acompanho a tentativa de desvalorização da pasta do Comissário português, Carlos Moedas, na equipa governativa de Juncker, em grande parte motivada pelas frustradas expetativas criadas pelo Governo português acerca de uma importante pasta na área económica.
Com mutos milhares de milhões de euros para investir, a pasta da Inovação, Investigação e Ciência é um pilar chave da estratégia UE 2020 para aumentar a competitividade da economia europeia, que só pode ser baseada no saber e na inovação. Moedas não tem a tal mirífica "pasta económica", mas afinal recebeu um portfólio crucial para o desempenho da economia europeia.
Por isso, trata-se de um domínio onde o valor acrescentado da União se vai tornar ainda mais evidente, tanto mais importante quanto em muitos países, entre os quais Portugal, a pesquisa e a ciência foram uma das principais vítimas da austeridade orçamental.
Adenda
Concordo inteiramente com a observação de uma leitora de que personalidades como os professores J. Mariano Gago ou Graça Carvalho, ambos cientistas e ex-ministros do ensino superior e da ciência, têm melhores credenciais para a pasta em causa. Mas a verdade é que Moedas foi a escolha política do Governo português e as pastas só são distribuídas depois de conhecidos os comissários. Mas obviamente Moedas só ganhará em recorrer ao conselho experiente de pessoas como as referidas...