«PS: Seguro admite acordos mesmo com maioria absoluta».
Ouvir AJS a falar em maioria absoluta só pode ser ficção política. Com Seguro o PS só pode aspirar a ganhar com "minoria absoluta". Depois do medíocre desempenho eleitoral nas eleições europeias de maio, quando tinha tudo a seu favor, é obvio que o PS sob a sua liderança não poderia fazer muito melhor nas eleições parlamentares do ano que vem, em que as condições serão bem menos favoráveis: por um lado, Seguro perdeu as suas principais bandeiras (revogação da CES e recuperação dos salários na função pública), que lhe foram tiradas pelo TC; por outro lado, o Governo estará previsivelmente em melhores condições, com a economia a crescer (embora pouco) e o desemprego a diminuir, o consumo privado a crescer e, quem sabe, alguma promessa de redução dos impostos.
Com Seguro o PS arrisca-se a uma humilhante derrota perante a atual coligação de governo, como indicam as sondagens. Para ganhar a decisiva corrida eleitoral daqui a um ano o PS vai precisar de outras mãos ao volante, mais ágeis e mais experientes --, e é isso justamente que está em causa nas "eleições primárias".