Em geral assaz nacionalista (como é evidente no caso do Syriza), a nova esquerda radical europeia não se dá a grandes arroubos internacionalistas. Mas é inegável a sua simpatia pelos governos "bolivarianos" da América Latina, em especial com a própria Venezuela, berço do "bolivarismo", com o presidente Hugo Chávez. Esse patrocínio leva-a a coonestar a crescente repressão das liberdades políticas e da oposição na Venezuela de Maduro, que se agravam à medida que a crise económica e social lança o País no descalabro.
A mais conspícua manifestação dessa cumplicidade ocorreu há alguma semanas no Parlamento Europeu, com a rejeição pelos deputados do GUE de uma moção que condenava essas violações, nomeadamente a detenção ilegal do presidente do município de Caracas. Convém lembrar que a "Esquerda Unida Europeia" junta os partidos comunistas e os da esquerda radical, incluindo o Bloco de Esquerda, o Podemos, o Syriza, etc.
Por conseguinte, o programa do Syriza não é somente incompatível com as regras da união monetária europeia e com a política de comércio externo da União mas também com a política externa da União em matéria de democracia e liberdades políticas. E a solidariedade internacional da esquerda radical europeia não tem a ver somente com a luta do Syriza pela "soberania económica" da Grécia.
Há solidariedades que comprometem.