Esta notícia, oficialmente confirmada pelo presidente da CRESAP, constitui um duplo escândalo.
Primeiro, a nova diretora-geral interina da Autoridade Tributária "reprovou" em dois concursos anteriores para o lugar, não tendo ficado entre os três nomes seleccionados por mérito. Mesmo se nomeada apenas a título provisório, trata-se de uma deliberada provocação ao mecanismo de seleção dos altos cargos da Administração que este próprio Governo instituiu.
Segundo, fica a saber-se também que estão por nomear 13 cargos de subdiretores-gerais na mesma AT, apesar de o respetivo procedimento de seleção ter decorrido, o que só pode querer dizer que o Governo não gosta dos nomes selecionados pela CRESAP, preferindo manter indefinidamente o preenchimento interino dos cargos.
Decididamente, à beira das eleições o Governo perdeu todo o escrúpulo em matéria de favoritismo político na nomeação de altos cargos da Administração.