A ameaça do PSD de "forçar" uma avaliação das propostas económicas do PS pela UTAO, abusando da maioria que tem na comissão de economia da AR, só revela o vezo autoritário que em momentos de maior tensão acomete o PSD. É evidente que numa democracia liberal o Estado não pode impor uma tal obrigação aos partidos, que são organizações privadas.
Mas numa democracia responsável, os partidos candidatos ao governo devem voluntariamente submeter a validação independente o quadro macroeconómico e o impacto orçamental das suas propostas, assim assegurando que elas são fiáveis e que eles não vendem "gato por lebre" no "mercado eleitoral". É isso que o PS deve fazer, viabilizando essa possibilidade na AR e submetendo depois as suas propostas (ou pré-propostas) a esse escrutínio.
Adenda
Se antes das eleições de há quatro anos, o PSD tivesse feito isso, só os crédulos teriam "engolido" as suas mirabolantes promessas eleitorais (que depois foram descaradamente trocadas pelo seu contrário)!