O provável falhanço da meta do défice orçamental (ver post anterior), mantendo Portugal em défice excessivo mais um ano, não se limita a manchar indelevelmente a estrela da Ministra das Finanças e do Governo em geral.
É também uma derrota estratégica, pois se havia uma prioridade do programa de ajustamento e de toda a austeridade orçamental era a consolidação orçamental e o fim do défice excessivo. E, sobretudo, esse falhanço retira toda a credibilidade política ao programa de Governo da coligação de direita para o próximo quadriénio, que assenta nesse pressuposto, ao mesmo tempo que credibiliza os pressupostos do programa de Governo do PS, construído sobre a previsão da Comissão Europeia de um défice superior a 3% em 2015.