É preciso tentar compreender os resultados eleitorais.
Quanto à coligação de direita, tudo lhe correu bem. Teve ajuda decisiva de fatores externos, como a retoma da economia da zona euro, a baixa de juros provocada pelo BCE, a enorme descida do preço do petróleo, etc. Utilizou sem escrúpulos a máquina do Estado e o dinheiro público na campanha eleitoral, com centenas de milhões despejados sobre alguns setores-chave (colégios privados, produtores de leite, pessoal do SNS, etc.). Teve a seu favor a generalidade da comunicação social e um exército de editorialistas e de comentadores combativos. Não escassearam recursos nem meios durante a campanha.
Mas não podemos desvalorizar-se os méritos políticos da própria campanha da direita, bem organizada, bem focada e bem sintonizada. E acima de tudo, estrategicamente centrada sobre um argumento que provou ser decisivo, que foi o da segurança e estabilidade na saída da crise oferecida pela coligação contra o risco e o perigo de regresso atrás imputados ao PS.