Senhor Comissário, não se iluda: a 7a. versão do acordo negociado pela ONU para um Governo de Unidade Nacional não deve vir a ser assinada em breve, segundo notícias de Tobruk e Tripoli de hoje.
Uma grande operação militar, segundo o modelo desastroso do Yemen, parece estar em preparação pelo General Heftar, aspirante a novo Khadaffi, contando com combatentes salafistas. Trágicas consequências cairão sobre o povo líbio, migrantes e outros estrangeiros dali a fugir. E inevitavelmente sobre a Europa também.
O falhanço europeu resulta da falta de União e, de facto, da rivalidade entre os nossos Estados Membros, por petróleo e outros interesses. Isto está a levar algumas capitais mais expostas à Líbia a contemplar uma intervenção militar, que vai exigir milhares de botas no terreno, para além da justificação legal.
Outro erro cometido por UE, EUA e ONU é pretender que tudo resulta apenas de faccionalismo interno e não denunciar e deter as potências que estão a alimentar uma "guerra por procuração" na Libia, nomeadamente a Arábia Saudita, o Egipto e os Emiratos apoiando o Governo em Tobruk; e a Turquia e o Qatar que apoiam a Irmandade Muçulmana no eixo Tripoli/Misrata. Ao nada fazer para travar esta "guerra por procuração", a UE está a permitir a expansão dos terroristas do Estado Islâmico e dos salafistas na Líbia. Isto é criminoso e não só contra o povo líbio, mas contra, também, os povos da Europa".
Minha intervenção hoje, em plenário do PE, sobre a situação na Líbia