"A intervenção da Rússia na Síria, em socorro de Assad - que é origem do conflito e nunca será parte da solução - é pérfida por, a pretexto de atacar terroristas, bombardear patriotas sírios.
Mas é também reflexo do falhanço da UE em se concertar e empenhar para pôr fim à guerra, envolvendo minorias sírias e potências regionais na busca de uma solução política, e para combater o terrorismo do Estado Islâmico.
No Curdistão iraquiano, onde voltei no mês passado, os Estados Membros não se coordenam, nem para articular ajuda humanitária e de desenvolvimento garantindo escolas nos campos de refugiados e deslocados, nem para treinar, equipar e apoiar diplomaticamente os Peshmerga, que são as únicas tropas no terreno contendo o Daesh no Iraque, apesar do governo de Bagdad continuar a pagar salários em Mossul para render taxas ao Daesh, e na Síria - onde os curdos são traiçoeiramente bombardeados pela Turquia de Erdogan.
No momento em que o acordo nuclear com o Irão abre caminhos para negociar uma solução de paz para a Síria e para o Yemen, que implica por a Arábia Saudita perante as consequências da sua duplicidade, os governos europeus continuam a boicotar Política Externa e de Segurança Comum e Política Comum de Segurança e Defesa, alimentando assim as causas do êxodo de refugiados e a expansão do Estado Islâmico, agora já também na Líbia. Na prática, comprometem a segurança dos seus cidadãos e da própria Europa"Minha intervenção hoje, no plenário do PE, em debate sobre a situação na Síria