Confirmando indícios recentes, a balança comercial (bens e serviços) acabou com saldo negativo no 1º trimestre, com menos exportações e mais importações, ao arrepio da tendência geral da UE. As dificuldades económicas em alguns dos nosso mercados externos (como Angola) e o aquecimento da procura interna explicam este resultado. Como não se trata de fatores passageiros, é de recear que esta tendência esteja para ficar. Sobra o excecional momento do turismo para amenizar o saldo negativo,
Voltamos por isso ao tradicional défice comercial, agravando o endividamento externo da economia portuguesa -, o contrário do que devia acontecer.
Adenda
O défice comercial externo é tanto mais problemático quanto é certo que ele regressa numa situação de desvalorização do euro (que estimula as exportações para fora da zona euro) e de baixa cotação do petróleo (que embaratece a sua importação). Quando esses dois fatores favoráveis deixarem de funcionar, os termos do comércio externo tornar-se-ão mais exigentes.