"Finalmente, depois dos escândalos Panama Papers, Bahamas Leaks, etc, Conselho e Comissão Europeia reconhecem que há ligação entre o combate à fraude e evasão fiscal e o combate ao branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo. Contra o secretismo onshore e offshore de que vive a criminalidade, é necessária transparência no setor financeiro e empresarial, e mais sinergias e mais troca de informação entre agências de aplicação de lei, incluindo Autoridades Tributárias - o que esta proposta da Comissão vem estabelecer.
Lamentavelmente, os Estados Membros chegaram a acordo no Conselho sem ouvir o Parlamento - mas têm se confrontar com o que recomendamos neste relatório de Emanuel Maurel.
Importa atentar nas suas propostas, que alargam o âmbito de matérias e quantidade de dados sobre os quais deve haver troca de informação e estabelece, com clareza que a troca de informação automática e obrigatória, incluindo sobre beneficiários efetivos de empresas e outras entidades legais que devem constar em registo de acesso público. Para isso estamos a trabalhar na revisão da Quarta Diretiva Anti-Branqueamento de Capitais.
As informações em causa devem também ser disponibilizadas à Comissão, no âmbito das suas competências de aplicação das regras em matéria de auxílios estatais. É fundamental quebrar as fronteiras da investigação da criminalidade financeira na UE: as autoridades fiscais e outras devem cooperar na realização de inquéritos transfronteiriços."
(Minha intervenção em debate plenário no Parlamento Europeu esta manhã sobre "Acesso a informação anti-branqueamento de capitais pelas autoridades tributárias")