Lentamente, a União Europeia vai recuperando da crise financeira e orçamental de 2008-2011 no que respeita à retoma económica, à consolidação orçamental, à estabilidade financeira, etc. Até a Grécia está a sair da situação de emergência.
Nesse sentido, pela primeira vez desde 2011, a taxa média de desemprego na União desceu abaixo dos 10%, o que, apesar da grande assimetria entre os vários países (uns abaixo dos 5% e outros acima dos 20%), não deixa de ser uma boa notícia. Portugal, ainda que pior do que a média da União, contribui para essa descida.
Obviamente, os sobressaltos na frente política (crise dos refugiados, Brexit, referendo na Holanda sobre o acordo comercial com a Ucrânia, possível vitória populista nas eleições presidenciais austríacas e no referendo italiano, ameaça do nacionalismo em vários outros países, etc.) não permite otimismo nenhum quanto à saída definitiva da crise. Infelizmente, há outras razões de preocupação, além do desemprego (terrorismo, imigração, corrupção, desigualdade social, etc.). Mas mesmo os motivos de preocupação política seriam bem mais graves se a situação económica, social e financeira não estivesse a melhorar.
Adenda
É fácil notar que, salvo a Croácia, todos os países com desemprego maior do que a média da União são do sul da Europa, tendo sido todos eles especialmente afetados pela crise orçamental. Já a Irlanda, um dos três países "resgatados", deixou a crise bem para para trás em todos os aspetos. Decididamente, há países mais ágeis do que outros a enfrentar e vencer as crises...