segunda-feira, 12 de junho de 2017

Despropositado

Não faz nenhum sentido a despropositada crítica de Passos Coelho à nomeação de Lacerda Machado, como membro não executivo, para o board da semiprivatizada TAP (aliás presidido por um conhecido membro do PSD!).
Trata-se de um especialista em aviação, com experiência de gestão empresarial, com profundo conhecimento da TAP, com provas dadas ao serviço do interesse público. O seu envolvimento, em nome do Estado, na renegociação do dossier da privatização da companhia com os acionistas privados não gera nenhum conflito de interesses, antes lhe confere legitimidade e autoridade acrescidas. O facto de ser amigo do Primeiro-Ministro, o que é público e notório, não constitui obviamente um impedimento. A amizade em política não pode ser fonte de privilégios ("amiguismo"), mas tampouco pode ser motivo para inibir a escolha de pessoas cujas qualificações estão acima de toda a suspeita. A amizade em política exige rigor e objetividade acrescida, mas não pode constituir uma capitis deminutio. De resto, quantos gestores seus amigos não nomeou Passos Coelho quando foi chefe do Governo !?
Quando o líder da oposição decide inventar um casus belli a propósito de um assunto pacífico é porque não tem nada de importante para dizer. Mau sinal para a oposição!