1. O acordo, agora anunciado, entre o partido no poder em França (En Marche, do Presidente Macron) e o partido espanhol, Ciudadanos (na oposição, mas bem colocado nas sondagens eleitorais), no sentido de estabelecerem uma frente comum para concorrer às próximas eleições europeias, no ano que vem, traduz-se na criação de uma nova família política europeia e previsivelmente na formação de uma nova bancada parlamentar no Parlamento Europeu.
Com esta decisão, os dois partidos afastam-se dos Liberais europeus do ALDE (onde atualmente se integram, porém, os dois eurodeputados do Ciudadanos) e defendem a criação de uma nova força "liberal e progressista", para combater os partidos populistas e nacionalistas.
2. Resta saber em que outros países vão encontrar parceiros, sendo certo que a formação de um grupo parlamentar no PE exige pelo menos 25 deputados de sete países. Foi noticiado o encontro do En Marche com o Partido democrático italiano (social-democrata), mas não se conhece a eventual disposição do segundo para aderir ao novo movimento político, o que não deixaria de ser uma surpresa e mais uma perda importante para a debilitada esquerda social-democrata europeia.
Em todo o caso, este novo desenvolvimento político testemunha a grande mudança na paisagem partidária europeia nos últimos anos, com a perda de protagonismo das duas famílias políticas tradicionais europeias, a democracia cristã e a social-democracia, em alguns casos com perdas dramáticas, como em França.