1. Apesar de estar com um pé (ou ambos!) fora da UE, o Reino Unido vai participar nas eleições do Parlamento Europeu dentro de duas semanas, as quais, contraditoriamente, vão ser porventura as mais concorridas da história da participação britânica no PE, justamente por causa do Brexit.
Segundo as últimas sondagens, o Brexit Party de Nigel Farage lidera a corrida eleitoral (como há cinco anos), seguido do Labour, com os Conservadores e os Liberais-Democratas a grande distância. A escassa expressão dos partidos explicitamente anti-Brexit, como os Lib-Dems, os Verdes e os nacionalistas escoceses não deixa grande margem para questionar o referendo de há três anos.
2. Apesar de o Reino Unido estar de saída, estas eleições britânicas podem alterar a relação de forças no PE, reforçando as bancadas anti-UE (por causa da vitória do partido de Farage) e do grupo social-democrata (por causa do Labour), prejudicando relativamente o PPE, que não tem representação na Grã-Bretanha, pois os Conservadores integram o European Conservatives and Reformists (ECR).
Resta saber se esta interferência britânica, mesmo que transitória, na composição do PE não vai alterar os dados de partida, por exemplo, na eleição do Presidente da Comissão Europeia.