As escolhas do Conselho Europeu para os postos cimeiros no sistema político da União Europeia não se traduzem somente na manutenção da hegemonia do PPE, que acumula a presidência da Comissão com a do Banco Central Europeu - ou seja, um indesmentível revés para o ensaio de aliança entre socialistas e liberais (os liberais ficam com a presidência do Conselho e os socialistas mantêm a pasta dos negócios estrangeiros).
Mas implicam também um sério recuo na democracia europeia, ao afastarem da presidência da Comissão os candidatos apresentados aos eleitores europeus pelos partidos, de acordo com a posição defendida pelo Parlamento Europeu. Se tinha de ser do PPE, era preferível ter escolhido o que foi apresentado como seu candidato aos cidadãos europeus.
[Revisto]