1. O bom desempenho Governo na resposta à pandemia e o desaparecimento de outras questões da agenda política levaram à subida do PS nas sondagens eleitorais, como nesta do Jornal de Notícias de ontem, à custa de quase todos os partidos da oposição, a começar pelo PSD, forçado a secundar o Governo no que respeita à crise.
Particularmente preocupante é a posição do PCP e do CDS no raking eleitoral, o primeiro com menos de 6% de intenções de voto e o segundo com menos de 3% , em 5º e 7º lugar, respetivamente. A subida do Chega, bem acima do PCP, testemunha a significativa mudança do panorama da representação partidária em Portugal desde as eleições passadas.
2. Resta saber se o alívio da pressão política da crise vai permitir mais espaço à oposição e parar a ascensão do PS. Mas na correlação política que esta sondagem revela, nenhum partido da oposição, à esquerda ou à direita, está em condições de criar dificuldades ao Governo minoritário do PS que possam gerar uma crise política.
A questão da aprovação do orçamento suplementar de julho e das importantes opções financeiras que ele implica está, portanto, antecipadamente decidida.