domingo, 7 de fevereiro de 2021

Praça da República (45): O ocaso do CDS

1. A escassa vitória do líder do CDS na moção de confiança com que desafiou a contestação da oposição interna não clarificou a situação política no partido, nem apagou a guerra civil em curso; apenas a vai manter em banho-maria, até às eleições autáquicas, que podem aprofundar ainda mais a crise política do partido.

Sintoma do mal-estar e da desconfiança reinante foi o facto de se terem perdido horas com a questão do voto secreto, que acabou por prevalecer, com base num parecer vinculativo do "tribunal" do partido. Ora, salvo deliberação em contrário, a regra de voto em assembleias políticas, como aquela, é o voto aberto, exceto quando estejam em causa pessoas (eleições, sanções, etc.).

2. O litígio patente que divide o partido a meio não ajuda à sua sobrevivência.     E é uma pena ver desaparecer um partido fundador do regime democrático em Portugal, que, aliás, partipoou em vários governos. Faz falta no expectro político nacional um partido de direita liberal-conservador ou social-conservador, democrático e europeísta. O seu deparecimento só favorece a direita populista.