Não acompanho o PR, mais uma vez, quando ele sugere a abolição do chamado "dia de reflexão", na véspera do dia das eleições.
Ao contrário do lobby dos média, da indústria das sondagens e do comentariado político, penso que um dia de descanso antes da votação não é somente é uma benção contra o massacre dos eleitores até ao último momento, mas também um antídoto contra golpadas dos partidos ou dos média, com fake news ou outras provocações de última hora, sobre as quais os eleitores já não teriam tempo de refletir.
É lamentável que o PR tenha decidido tomar posição contra uma solução tão arraigada como esta, numa intervenção oficial em véspera de eleições, que, aliás, poucos teriam ouvido, se o dia de reflexão não nos libertasse do frenesim do último dia da campanha eleitoral.
Um leitor comenta: «Independentemente da posição de qualquer um de nós sobre o "dia de reflexão", parece-me muito deslocado e inapropriado o Presidente da República tomar posição pública sobre ele, e sobre outros aspetos da lei eleitoral, da forma que fez. O Presidente não é um deputado e dever-se-ia abster, em minha opinião, de passar julgamento sobre aquilo que a Assembleia da República andou, ou deixou de andar, a fazer. É inapropriado ele declarar publicamente que a lei eleitoral deveria ter sido alterada». Concordo.