1. Neste gráfico, retirado do Expresso desta semana, mostra-se que mais de 5% dos estrangeiros residentes em Portugal se naturalizam portugueses, somando mais de 30 000 em 2020, com brasileiros à cabeça, seguidos de cabo-verdianos, ou seja, cidadãos de países de língua portuguesa. É uma percentagem muito acima da média da União Europeia, só superada pela Suécia.
Trata-se de uma boa notícia, comprovando o bom desempenho do mecanismo da naturalização entre nós (lei e prática).
2. Há dois aspetos positivos nesta situação.
Por um lado, sendo a taxa de natalidade em Portugal muito baixa (uma das mais baixas da Europa), a naturalização de estrangeiros (residentes ou descendentes de portugueses) ajuda a conter a perda de população nacional e modera a taxa de envelhecimento, que coloca em risco o sistema de pensões; acresce que esses novos portugueses têm em geral mais filhos do que os portugueses originários. Por outro lado, com esses novos portugueses oriundos de outras geografias, Portugal fica mais plural, étnica e culturalmente, contrariando a estúpida teoria racista sobre a origem "caucasiana" dos portugueses.
Se não produzimos originarimente portugueses em número suficiente, ao menos que saibamos importá-los.