Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
domingo, 13 de fevereiro de 2005
Sistema binário
Publicado por
Vital Moreira
Segundo notícias de hoje, o Instituto Politécnico de Castelo Branco quer ministrar uma licenciatura em medicina veterinária. Qualquer dia decidirá ensinar medicina ou direito. Por outro lado, há universidades a conferir licenciaturas em turismo ou em serviço social. Não sei se também em terapia da fala ou em enfermagem.
E dizem que temos um sistema binário de ensino superior, com vocações distintas do ensino universitário e do ensino politécnico...
E dizem que temos um sistema binário de ensino superior, com vocações distintas do ensino universitário e do ensino politécnico...
Back to basics
Publicado por
Vital Moreira
Nestas eleições o que está em causa são coisas simples da governação: seriedade, competência, carácter, responsabilidade, ética política, sentido de Estado. O resto vem por acréscimo.
sábado, 12 de fevereiro de 2005
Uma questão de confiança
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Vital Moreira
Segundo um inquérito do Expresso, 63% das pessoas comprariam um carro em 2ª mão a José Sócates, mas somente 19% o comprariam a Santana Lopes.
Se é assim com um carro usado, o que não será com o voto?
Se é assim com um carro usado, o que não será com o voto?
Os jeitos da RTP ao PSD
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Vital Moreira
«A RTP vai convidar, sendo nós ainda Governo, o professor Marcelo Rebelo de Sousa, um nosso companheiro que está a fazer campanha, para fazer comentários», no canal público (Santana Lopes). (Cortesia Jumento).
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005
Entre aspas
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Vital Moreira
«A lógica aconselha, portanto, um militante ou dirigente do PSD a não sustentar ou apoiar Santana e a não votar PSD. (...) Muitos partidos morreram por espírito partidário. O PSD não precisa de um "bom" resultado em 20 de Fevereiro, precisa de um resultado que o livre de Santana. E precisa de perceber isso a tempo.»
Vasco Pulido Valente
Vasco Pulido Valente
Amplia-se o fosso
Publicado por
Vital Moreira
Há dias Santana Lopes referia uma sondagem eleitoral desconhecida (e como tal continua...) que revelava uma misteriosa descida substancial das previsões de voto do PS. A resposta está porém nas sondagens reais, como esta de hoje: o PS sobe mais, o PSD desce mais (abaixo dos fatídicos 30%), a distância alarga-se (leitura autorizada no Margens de Erro). A estrondosa derrota de Lopes torna-se irrecuperável.
Que outras manobras de prestidigitação de última hora prepara ele?
Adenda
Entretanto, Lopes diz que está "muito perto da vitória". Impagável.
Que outras manobras de prestidigitação de última hora prepara ele?
Adenda
Entretanto, Lopes diz que está "muito perto da vitória". Impagável.
Baldes de lama
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Vital Moreira
À medida que a derrota da direita ameaça traduzir-se em números históricos tornam-se inevitáveis os golpes baixos dos meios a ela ligados. A canhestra tentativa de associar o nome de José Sócrates a actos de governo menos claros não deve ficar por aqui. É de esperar mais até ao dia das eleições. O desespero político alimenta-se de baldes de lama sobre o adversário...
Adenda
Ver o desmentido da Polícia Judiciária e a nota do PGR sobre a questão, informando não haver qualquer suspeita contra Sócrates.
Adenda
Ver o desmentido da Polícia Judiciária e a nota do PGR sobre a questão, informando não haver qualquer suspeita contra Sócrates.
Duvido que...
Publicado por
Vital Moreira
...para tornar convincente o argumento da maioria absoluta baste invocar em abstracto a estabilidade política e governativa. Importa desde logo evidenciar que sem essa estabilidade são escassas, para não dizer nulas, as possibilidades de superar a difícil situação (financeira, económica, social e anímica) com que o País se defronta. Quando se impõem políticas corajosas, insusceptíveis de agradar a toda a gente e sem resultados imediatos, os governos minoritários são a solução menos adequada (porque só duram enquanto cedem) e os governos de coligação dificilmente mantêm a necessária coesão perante as dificuldades.
Do que se trata é do risco da ingovernabilidade!
(revisto)
Do que se trata é do risco da ingovernabilidade!
(revisto)
Democracia?
Publicado por
Vital Moreira
Há quem queira ver no arremedo de eleições na Arábia Saudita o começo da democracia na mais reaccionária das oligarquias petrolíferas do mundo árabe (com a qual Bush, o campeão da liberdade no mundo, nutre uma dilecta familiaridade...). Prouvera que sim! Mas, para já, foram só eleições autárquicas, sem partidos políticos, sem liberdade de expressão e... sem participação feminina, estando as mulheres privadas do direito de voto, como em vários outros Países árabes.
Eleições não significam só por si democracia. No Portugal do Estado Novo até havia várias "eleições" (entre elas as das juntas de freguesia, por sinal também reservadas -- curiosa coincidência -- aos homens, ou seja, aos "chefes de família").
Pelos vistos, depois do Iraque a noção de democracia anda cada vez menos exigente.
Eleições não significam só por si democracia. No Portugal do Estado Novo até havia várias "eleições" (entre elas as das juntas de freguesia, por sinal também reservadas -- curiosa coincidência -- aos homens, ou seja, aos "chefes de família").
Pelos vistos, depois do Iraque a noção de democracia anda cada vez menos exigente.
Desculpas de mau pagador
Publicado por
Vital Moreira
Em declarações ao Jornal de Notícias o director de informação da RTP, respondendo às objecções levantadas acerca da contratação de Rebelo de Sousa como comentador político, observou que o pluralismo de opinião da televisão pública só pode avaliar-se numa visão global. Só não disse se para proporcionar esse equilíbrio global vai contratar comentadores de outros partidos e dar-lhes tempos de antena tão visíveis como o do comentador do PSD...
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005
O oráculo do PSD profundo
Publicado por
Vital Moreira
«Normalmente Alberto João Jardim diz o que sentem os militantes do PSD», afirma a A Capital o líder da distrital do Porto, Marco António.
Que mais pode acontecer ao PSD?
Que mais pode acontecer ao PSD?
Grau zero de confiança
Publicado por
Vital Moreira
Segundo o Público de hoje, Santana Lopes prometeu ontem no Algarve, entre muitas coisas eleiçoeiras, não aplicar portagens na respectiva auto-estrada até haver "estradas alternativas". Ora não foi isso o que o seu Governo aprovou quanto às SCUT nem é isso que está no programa eleitoral do PSD.
O PSD criticou Sócrates por este ter prometido manter as auto-estradas SCUT. Pode-se discordar, mas ao menos é isso o que está no programa eleitoral do PS. No caso de Santana, trata-se do mais patente oportunismo eleitoralista, deitando para o lixo um compromisso "corajoso" logo que ele se revelou eleitoralmente incómodo. Depois disto, que crédito merece o tal programa eleitoral? O mesmo que o personagem, ou seja, nenhum!
O PSD criticou Sócrates por este ter prometido manter as auto-estradas SCUT. Pode-se discordar, mas ao menos é isso o que está no programa eleitoral do PS. No caso de Santana, trata-se do mais patente oportunismo eleitoralista, deitando para o lixo um compromisso "corajoso" logo que ele se revelou eleitoralmente incómodo. Depois disto, que crédito merece o tal programa eleitoral? O mesmo que o personagem, ou seja, nenhum!
Direitos políticos dos estrangeiros
Publicado por
Vital Moreira
«É louvável a preocupação que já por duas vezes mostrou no blogue com os estudantes portugueses no estrangeiro que não conseguem votar para as eleições portuguesas. Os problemas deles poderiam, evidentemente, ser facilimamente resolvidos se Portugal admitisse, como a Alemanha admite, que qualquer cidadão pode votar por corres- pondência sempre que o deseje.
Entretanto, seria muitíssimo louvável que demonstrasse preocupação semelhante em relação aos estrangeiros que residem em Portugal, muitos deles há longos anos, muitos deles pagando impostos, e que não usufruem dos mais elementares direitos, constantemente presos na mais odiosa e vergonhosa burocracia, e muito menos usufruem do básico direito de votar (já não digo de ser eleito).
Um dos princípios da Revolução Americana foi "NO TAXATION WITHOUT REPRESENTATION". Seria bom que o lembrássemos.(...)»
(Luís Lavoura)
Comentário
Para além dos cidadãos originários de outros países da UE e dos países lusófonos, os demais estrangeiros residentes em Portugal já podem votar nas nossas eleições locais. O problema é o requisito da reciprocidade, que exige que os respectivos países reconheçam o mesmo direito aos cidadãos portugueses lá residentes, o que não sucede no caso de alguns países com maior emigração em Portugal (países do Leste, Angola, Moçambique, etc.). Tenho defendido a dispensa de tal exigência. Mas não creio que as coisas estejam maduras para ir além das eleições locais (salvo para os cidadãos europeus e os cidadãos lusófonos).
Entretanto, seria muitíssimo louvável que demonstrasse preocupação semelhante em relação aos estrangeiros que residem em Portugal, muitos deles há longos anos, muitos deles pagando impostos, e que não usufruem dos mais elementares direitos, constantemente presos na mais odiosa e vergonhosa burocracia, e muito menos usufruem do básico direito de votar (já não digo de ser eleito).
Um dos princípios da Revolução Americana foi "NO TAXATION WITHOUT REPRESENTATION". Seria bom que o lembrássemos.(...)»
(Luís Lavoura)
Comentário
Para além dos cidadãos originários de outros países da UE e dos países lusófonos, os demais estrangeiros residentes em Portugal já podem votar nas nossas eleições locais. O problema é o requisito da reciprocidade, que exige que os respectivos países reconheçam o mesmo direito aos cidadãos portugueses lá residentes, o que não sucede no caso de alguns países com maior emigração em Portugal (países do Leste, Angola, Moçambique, etc.). Tenho defendido a dispensa de tal exigência. Mas não creio que as coisas estejam maduras para ir além das eleições locais (salvo para os cidadãos europeus e os cidadãos lusófonos).
Como se pode levar a sério...
Publicado por
Vital Moreira
... a afirmação de Louçã, de que um governo de «maioria absoluta [do PS] privatizará a saúde, deixará cair os cuidados básicos de essenciais»?
Há exageros retóricos que desacreditam.
Há exageros retóricos que desacreditam.
"O interesse nacional ainda existe"
Publicado por
AG
Bom artigo o de Nuno Severiano Teixeira ontem no DN, apontando as linhas que deverão nortear a acção externa do Estado português na agenda global e europeia. Linhas que, espero, sejam seguidas pela governação socialista que emergirá das eleições de 20 de Fevereiro. Porque não só é possível, mas necessário, que Portugal re-encontre o seu lugar no Mundo e clarifique o seu papel nas relações internacionais.
Uma observação, apenas, quanto ao elenco de prioridades assinaladas por NST:
Importa que Portugal mostre que volta a apostar na ordem multilateral e que rejeita o aventureirismo de guerras ditas preventivas. Como o que o Dr. Durão Barroso abraçou por nós, indevidamente, ao tornar Portugal no anfitrião da cimeira das Lajes, de ominosa memória. Por isso, entre as prioridades apontadas por NST, esta deveria vir logo à cabeça - porque só ela corresponde ao posicionamento internacional consagrado na Constituição da República; porque só ela é consentânea com a intervenção internacional de um Estado realmente de Direito e realmente democrático; e porque só ela acautela verdadeiramente o interesse nacional.
É urgente desfazer a imagem de "seguidismo" e mostrar que Portugal quer estar na linha da frente dos defensores do multilateralismo e, consequentemente, do reforço do poder político da ONU. E que não embarcará mais em aventuras unilaterais, mas antes se baterá pelos princípios de Direito Internacional e dos direitos humanos, em especial nas organizações internacionais e na União Europeia.
Importa mostrar um Portugal plenamente integrado na Europa, numa Europa com um relacionamento forte, mas leal, com os Estados Unidos - o que por vezes pode implicar crítica frontal (e com americanos, sobretudo, a frontalidade compensa, acaba sempre por compensar.... exactamente ao contrário das reservas encapotadas como eram, afinal, as do Dr. Barroso, que as assumiu pelas costas e porque um dia lhe conveio para passar no Parlamento Europeu... daí, decerto, a necessidade que hoje mesmo sentiu, diante da Sra. Condoleeza Rice em Bruxelas, de compensar com excesso de zelo e sorriso orgásmico, ao defender que, sem os EUA, a Europa pouco pesa e pouco pode, e vice-versa...).
Portugal precisa de voltar a ser - e de ser visto - como um parceiro que não divide a União e não se afasta dela, antes fortalece o projecto europeu. Para melhor poder defender o interesse nacional. Que ainda existe, como bem lembra NST.
PS. nem chega a ser observação: mas na quarta prioridade enunciada por NST, referente ao reforço das relações com os países de expressão portuguesa e o instrumento que é - ou poderia ser - a CPLP, não caberia individualizar o Brasil? Para além de tudo o mais (e é imenso...), não é lá que investiram e têm interesses grupos económicos portugueses representando 54% do PIB nacional?
Uma observação, apenas, quanto ao elenco de prioridades assinaladas por NST:
Importa que Portugal mostre que volta a apostar na ordem multilateral e que rejeita o aventureirismo de guerras ditas preventivas. Como o que o Dr. Durão Barroso abraçou por nós, indevidamente, ao tornar Portugal no anfitrião da cimeira das Lajes, de ominosa memória. Por isso, entre as prioridades apontadas por NST, esta deveria vir logo à cabeça - porque só ela corresponde ao posicionamento internacional consagrado na Constituição da República; porque só ela é consentânea com a intervenção internacional de um Estado realmente de Direito e realmente democrático; e porque só ela acautela verdadeiramente o interesse nacional.
É urgente desfazer a imagem de "seguidismo" e mostrar que Portugal quer estar na linha da frente dos defensores do multilateralismo e, consequentemente, do reforço do poder político da ONU. E que não embarcará mais em aventuras unilaterais, mas antes se baterá pelos princípios de Direito Internacional e dos direitos humanos, em especial nas organizações internacionais e na União Europeia.
Importa mostrar um Portugal plenamente integrado na Europa, numa Europa com um relacionamento forte, mas leal, com os Estados Unidos - o que por vezes pode implicar crítica frontal (e com americanos, sobretudo, a frontalidade compensa, acaba sempre por compensar.... exactamente ao contrário das reservas encapotadas como eram, afinal, as do Dr. Barroso, que as assumiu pelas costas e porque um dia lhe conveio para passar no Parlamento Europeu... daí, decerto, a necessidade que hoje mesmo sentiu, diante da Sra. Condoleeza Rice em Bruxelas, de compensar com excesso de zelo e sorriso orgásmico, ao defender que, sem os EUA, a Europa pouco pesa e pouco pode, e vice-versa...).
Portugal precisa de voltar a ser - e de ser visto - como um parceiro que não divide a União e não se afasta dela, antes fortalece o projecto europeu. Para melhor poder defender o interesse nacional. Que ainda existe, como bem lembra NST.
PS. nem chega a ser observação: mas na quarta prioridade enunciada por NST, referente ao reforço das relações com os países de expressão portuguesa e o instrumento que é - ou poderia ser - a CPLP, não caberia individualizar o Brasil? Para além de tudo o mais (e é imenso...), não é lá que investiram e têm interesses grupos económicos portugueses representando 54% do PIB nacional?
Incoerência
Publicado por
Vital Moreira
«Aqueles que votarem no BE têm a garantia do combate por uma política de emprego justa e a reforma do sistema fiscal», diz Louçã.
Mas se o BE não vai ganhar as eleições e se se recusa à partida a assumir compromissos de governo com o PS, que garantias pode ele dar de que os objectivos por que se bate têm alguma possibilidade de serem levados à prática?
Mas se o BE não vai ganhar as eleições e se se recusa à partida a assumir compromissos de governo com o PS, que garantias pode ele dar de que os objectivos por que se bate têm alguma possibilidade de serem levados à prática?
«Gostaria de poder votar»
Publicado por
Vital Moreira
«Infelizmente não posso.
Vivo no estrangeiro e não estou recenseado no posto consular mais próximo. O facto é que não estou recenseado porque não me consigo recensear pura e simplesmente. A embaixada só permite que me registe se me apresentar, presencialmente, com o meu bilhete de identidade, junto com um atestado oficial de residência, passado pelas entidades do país em que me encontro. O problema é que eles só passarão esse atestado caso eu me registe na segurança social de cá, o que não posso, pois estou a fazer doutoramento e não consigo por ser um cidadão estrangeiro estudante, como tal, "passageiro". Em virtude disso não me fornecem um atestado de residência.
E, apesar de eu ir fisicamente apresentar-me para me recensear no consulado, por alguma razão, os serviços consulares portugueses querem uma prova em como resido na cidade do país onde digo residir, coisa que nunca me foi exigida em Portugal. (...) Só sei que gostaria de exercer o meu DIREITO DE VOTO COMO PORTUGUÊS QUE SOU! E que esse direito me é negado por estar fora de Portugal.
(...) Vivo em Bruxelas, "capital" da União Europeia, há ano e meio, basicamente em situação ilegal (não registado no país de acolhimento, não registado na embaixada portuguesa... quem sou eu senão um ilegal?!). E sou um estrangeiro para a Bélgica e, pior, um estrangeiro para Portugal (pelo menos no que toca a direitos constitucionais).
(...) Quero registar-me e recensear-me em Bruxelas. Apenas isso... Há alguém que me possa ajudar a conseguir isso? Alguém, em Portugal ou fora dele?!»
(Ivo Martins)
Vivo no estrangeiro e não estou recenseado no posto consular mais próximo. O facto é que não estou recenseado porque não me consigo recensear pura e simplesmente. A embaixada só permite que me registe se me apresentar, presencialmente, com o meu bilhete de identidade, junto com um atestado oficial de residência, passado pelas entidades do país em que me encontro. O problema é que eles só passarão esse atestado caso eu me registe na segurança social de cá, o que não posso, pois estou a fazer doutoramento e não consigo por ser um cidadão estrangeiro estudante, como tal, "passageiro". Em virtude disso não me fornecem um atestado de residência.
E, apesar de eu ir fisicamente apresentar-me para me recensear no consulado, por alguma razão, os serviços consulares portugueses querem uma prova em como resido na cidade do país onde digo residir, coisa que nunca me foi exigida em Portugal. (...) Só sei que gostaria de exercer o meu DIREITO DE VOTO COMO PORTUGUÊS QUE SOU! E que esse direito me é negado por estar fora de Portugal.
(...) Vivo em Bruxelas, "capital" da União Europeia, há ano e meio, basicamente em situação ilegal (não registado no país de acolhimento, não registado na embaixada portuguesa... quem sou eu senão um ilegal?!). E sou um estrangeiro para a Bélgica e, pior, um estrangeiro para Portugal (pelo menos no que toca a direitos constitucionais).
(...) Quero registar-me e recensear-me em Bruxelas. Apenas isso... Há alguém que me possa ajudar a conseguir isso? Alguém, em Portugal ou fora dele?!»
(Ivo Martins)
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005
A meta é 100%
Publicado por
Vital Moreira
Depois de S. Lopes ter denunciado um acordo secreto entre o PS e o BE, foi agora a vez de M. Monteiro desmascarar igual entendimento entre o PS e o CDS. Já só falta o PCP e o PSD para que o PS consiga governar com um arrasador apoio parlamentar de... 100%.
Querem mesmo continuar com ESTE líder?
Publicado por
Vital Moreira
Santana só abandona liderança com menos de 30% dos votos. Uma difícil decisão para os apoiantes do PSD...
"Referendo no Verão'"
Publicado por
Vital Moreira
«O BE provavelmente não se preocupa muito com a abstenção num eventual referendo sobre o aborto levado a cabo no Verão, porque a ideia, mesmo de muitas pessoas no interior do BE, é que a Assembleia da República tem a obrigação de fazer uma nova lei sobre o aborto MESMO SEM REFERENDO. Se o referendo tiver grande abstenção, o BE exigirá do PS que liberalize o aborto, e isso até lhe servirá, dentro do estilo de radicalização próprio do BE, de cavalo de batalha para encostar o PS às suas próprias contradições - que, infelizmente, não são poucas.
Devo dizer que até concordo com esta posição do BE. As pessoas têm o DIREITO de exprimir a sua opinião sobre o aborto em referendo mas, se preferirem passar o dia na praia, a Assembleia da República tem o DEVER de fazer o que lhe compete. O PS não deve, cobardemente, alijar-se desse dever culpabilizando os cidadãos por se terem abstido.
De qualquer forma, prefiro, como já disse, que se altere a Constituição para permitir a coincidência de referendos nacionais com eleições locais (e vice-versa), e que consequentemente se realize o referendo sobre o aborto juntamente com as eleições autárquicas do próximo Outono.»
(Luís Lavoura)
Comentário
1. O problema não está na abstenção em si mesma, mas sim no perigo de uma maior abstenção dos eleitores favoráveis à despenalização, combinada com a maior mobilização do voto contrário (o voto dito "pró-vida" é mais ideológico), poder resultar outra vez na vitória do "não", como em 1998.
2. Não vejo qual é a contradição do PS nesse ponto. É certo que juridicamente nada impede a despenalização legal do aborto sem referendo. Mas, politicamente, se optasse por essa via, o PS nunca se furtaria à acusação de ter ido contra uma decisão popular (mesmo que sem eficácia jurídica) por medo de perder outra vez.
3. Para rever a Constituição nesse ponto é necessária a concordância do PSD, sendo de duvidar que ele a dê, quanto mais não seja para inviabilizar a antecipação desse referendo.
Devo dizer que até concordo com esta posição do BE. As pessoas têm o DIREITO de exprimir a sua opinião sobre o aborto em referendo mas, se preferirem passar o dia na praia, a Assembleia da República tem o DEVER de fazer o que lhe compete. O PS não deve, cobardemente, alijar-se desse dever culpabilizando os cidadãos por se terem abstido.
De qualquer forma, prefiro, como já disse, que se altere a Constituição para permitir a coincidência de referendos nacionais com eleições locais (e vice-versa), e que consequentemente se realize o referendo sobre o aborto juntamente com as eleições autárquicas do próximo Outono.»
(Luís Lavoura)
Comentário
1. O problema não está na abstenção em si mesma, mas sim no perigo de uma maior abstenção dos eleitores favoráveis à despenalização, combinada com a maior mobilização do voto contrário (o voto dito "pró-vida" é mais ideológico), poder resultar outra vez na vitória do "não", como em 1998.
2. Não vejo qual é a contradição do PS nesse ponto. É certo que juridicamente nada impede a despenalização legal do aborto sem referendo. Mas, politicamente, se optasse por essa via, o PS nunca se furtaria à acusação de ter ido contra uma decisão popular (mesmo que sem eficácia jurídica) por medo de perder outra vez.
3. Para rever a Constituição nesse ponto é necessária a concordância do PSD, sendo de duvidar que ele a dê, quanto mais não seja para inviabilizar a antecipação desse referendo.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2005
O PS e a regionalização
Publicado por
Vital Moreira
Reiterando as posições contantes do programa eleitoral, António Vitorino veio defender que o PS mantém o seu compromisso com a regionalização (aliás, um compromisso constitucional), mas que o necessário referendo só deve ser convocado depois de estabelecidas as condições materiais da regionalização. Não posso estar mais de acordo. Desde há muito que defendo publicamente esse ponto de vista, a que aliás hoje volto (feliz coincidência) na minha coluna do Público (também no Aba da Causa, aproveitando para corrigir um lapso no texto publicado).
Lá que faz sentido, faz
Publicado por
Vital Moreira
Segundo o Público, «Cavaco Silva aposta numa maioria absoluta do PS». Pode não ser verdade (mesmo que ele pense isso, custa a crer que ele o diga), mas faz todo o sentido. Por quatro razões: (i) ele sempre defendeu a estabilidade governativae governos de maioria; (ii) a maioria absoluta do PS significaria uma derrota em toda a linha de Santana Lopes (que ele detesta), que dificilmente poderia aguentar-se à frente do PSD, abrindo caminho a uma liderança "cavaquista", e à sua candidatura à Presidência da República; (iii) um governo de maioria do PS aumentaria as suas chances de vitória nas presidenciais, como contrapeso ao Governo; (iV) caso fosse eleito PR, é mais fácil a "coabitação" com um governo de maioria parlamentar do que com um governo minoritário.
Um referendo no Verão?
Publicado por
Vital Moreira
A ideia do BE de realizar ainda esta ano, no Verão, o previsto referendo sobre a despenalização do aborto, é precipitada e não faz sentido, mesmo que o calendário constitucional o permitisse. De facto, em Portugal o Verão é o período menos indicado para qualquer referendo, que se saldaria seguramente numa humilhante abstenção.
Também não é verdade que, não se realizando este ano, ele só poderia ocorrer em 2007. Com efeito, depois da eleições presidenciais em Janeiro de 2006, todo o próximo ano está livre para a realização dos dois referendos previstos, o da despenalização do aborto e o da Constituição europeia.
Também não é verdade que, não se realizando este ano, ele só poderia ocorrer em 2007. Com efeito, depois da eleições presidenciais em Janeiro de 2006, todo o próximo ano está livre para a realização dos dois referendos previstos, o da despenalização do aborto e o da Constituição europeia.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005
Movimento farmácia livre
Publicado por
Vital Moreira
Entre nós há uma reserva de economia privada imune à regras da economia de mercado, que é a das farmácias. Nem liberdade de empresa (pois só os farmacêuticos é que podem ser titulares de estabelecimentos de farmácia) nem concorrência (pois existem limitações ao estabelecimento de farmácias para proteger as que estão instaladas). É o reino do proteccionismo.
Deveria ser contra essas limitações que se devia bater o "movimento farmácia livre", para ser coerente com o seu nome. Mas, pelos vistos, só se põe em causa a actual "capitação" mínima e a acumulação da propriedade de mais do que uma farmácia.
(revisto)
Deveria ser contra essas limitações que se devia bater o "movimento farmácia livre", para ser coerente com o seu nome. Mas, pelos vistos, só se põe em causa a actual "capitação" mínima e a acumulação da propriedade de mais do que uma farmácia.
(revisto)
Há um Lénine escondido ...
Publicado por
Vital Moreira
...dentro de cada adepto da despenalização do aborto ou da legalização dos casamentos homossexuais.
Assim o diz João César das Neves no seu artigo de hoje no Diário de Notícias, que conclui assim: «os que hoje atacam a família [ou seja, os que defendem os casamentos entre homossexuais] e a vida [ou seja, os que defendem a despenalização do aborto] são exactamente os mesmos que há uns anos defendiam a ditadura do proletariado.»
Tem toda a razão o plumitivo católico. Como se sabe, o País onde a despenalização do aborto foi mais longe é nos Estados Unidos (onde é reconhecido como direito da mulher), por obra do Supremo Tribunal, esse conhecido coio de comunistas clandestinos; e é evidente que os movimentos "gays" norte-americanos que lutam pela legalização dos casamentos entre eles não passam de simpatizantes de Cuba ou da Coreia do Norte. Também na França a despenalização do aborto foi promovida pela ministra Simone Weil num governo gaullista, outra conhecida partidária da ditadura do proletariado. Quanto ao casamento de homossexuais, os exemplos da Holanda (por iniciativa de liberais e social-democratas) e da Espanha (por iniciativa do PSOE) mostram igualmente que são sempre acirrados adeptos de Lénine que estão por detrás desses nefandos "ataques à vida e à família".
Que os deuses nos valham!
Assim o diz João César das Neves no seu artigo de hoje no Diário de Notícias, que conclui assim: «os que hoje atacam a família [ou seja, os que defendem os casamentos entre homossexuais] e a vida [ou seja, os que defendem a despenalização do aborto] são exactamente os mesmos que há uns anos defendiam a ditadura do proletariado.»
Tem toda a razão o plumitivo católico. Como se sabe, o País onde a despenalização do aborto foi mais longe é nos Estados Unidos (onde é reconhecido como direito da mulher), por obra do Supremo Tribunal, esse conhecido coio de comunistas clandestinos; e é evidente que os movimentos "gays" norte-americanos que lutam pela legalização dos casamentos entre eles não passam de simpatizantes de Cuba ou da Coreia do Norte. Também na França a despenalização do aborto foi promovida pela ministra Simone Weil num governo gaullista, outra conhecida partidária da ditadura do proletariado. Quanto ao casamento de homossexuais, os exemplos da Holanda (por iniciativa de liberais e social-democratas) e da Espanha (por iniciativa do PSOE) mostram igualmente que são sempre acirrados adeptos de Lénine que estão por detrás desses nefandos "ataques à vida e à família".
Que os deuses nos valham!
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