«(...) Ao ler a notícia da aprovação do projecto de loteamento para a antiga fábrica dos sabões em Marvila e terrenos adjacentes, apetece-me dizer "que esperteza saloia".
Não conheço os contornos de todo o processo, mas cheira-me a uma vingançazita em troca da Lei das Finanças Locais. Ou seja, "ah aprovaram a Lei, toma, a gente aprova o projecto de loteamento e vocês que se desenrasquem com as indemnizações por expropriação".
(...) Na verdade, tenho pena que estes senhores e senhoras que por aí gravitam, lamentavelmente alguns em lugares para os quais não têm a mínima competência, não possam ser responsabilizados por este tipo de actos lesivos para o erário público. Depois, adoptando uma postura angelical vêm arguir em sua defesa que não cumpriram com a solidariedade solicitada pelo Governo porque a Câmara não tinha suporte legal para impedir o loteamento. A isto chamo de "esperteza saloia". Aliás, este executivo camarário de Lisboa, em matéria de urbanismo, tem dado grandes respostas aos munícipes!!!
Veja-se o exemplo da bela obra de arte que permitiram que se iniciasse lá para os lados da Avenida Infante Santo e, ao que parece, também ali para os lados da estação do Oriente deveremos ter novidades em breve, pois está em curso a elaboração de um plano de pormenor que prevê a edificação de escritórios e habitações, precisamente num local onde está prevista a edificação de uma futura estação do TGV.
(...) E quem paga as indemnizações? Claro, todos nós que religiosamente fazemos entrar, todos os finais de cada mês, os nossos impostos nos cofres do Estado.»
Joaquim G.