Acordei cedo esta manhã em Nova Iorque.
Uma ronda breve pelas cadeias de televisão e dá para ver a América a discutir, sob pano de fundo da crise financeira e económica, se amanhã há ou não há debate entre os candidatos presidenciais, depois de McCain ter ontem dito que o cancelava para ir para Washington ajudar a aprovar o Pacote Paulson no Congresso.
Dá para distinguir duas Américas:
- a que acusa McCain de ter medo do debate por impreparação e agarrar este pretexto para tambem se armar em salvador da pátria;
- a que defende McCain por "agir presidencialmente" e acusa Obama de alheamento dos problemas que preocupam os americanos (o debate devia centrar-se na política externa e não na economia).
Quanto a impulsos patrióticos, há quem faça ver que foi Obama quem ontem teve a iniciativa de telefonar a McCain propondo-lhe agirem conjuntamente para ajudarem a negociar e aprovar o pacote de medidas de emergência para mitigar o impacte da crise financeira. Antes de McCain ter vindo a publico tentar capitalizar o seu súbito ardor regulador do mundo da finança.
Sondagens invocadas nos noticiários dizem que 95% dos inquiridos querem que haja debate amanhã.
Talvez o subito desinteresse de Mc Cain pelo debate tenha a ver também com o facto de as sondagens o darem em declínio, à conta da grave crise financeira. A ponto de no seu "show" televisivo de ontem à noite, David Letterman ter gozado com a última definição de John Mc Cain: "the running mate of Sarah Palin".