Segundo resulta dos dados oficiais americanos transmitidos aos seus advogados, cruzados com as listas de voos para Guantanamo que Portugal autorizou (e que eu obtive e revelei, apesar da passagem de tais voos ter antes sido oficial e reiteradamente negada), algumas das viagens de avião relativas ao cativeiro e tortura de Binyam Mohamed têm a particularidade de ter incluido passagem por este distraído país à beira mar plantado.
A saber:
- De Rabat a caminho de Cabul, Binyam e os seus carcereiros voaram no Gulfstream (voo civil, privado) com matrícula N379P (avião conhecido pelo nome de “Guantanamo Express”), que fez escala na cidade do Porto entre 15 e dia 17 de Setembro de 2002.
- Dois anos depois, em Setembro de 2004, Byniam foi transferido de uma prisão no Afeganistão para Guantanamo, onde chegou a 19 ou 20 de Setembro de 2004. Nesses dois dias, Portugal autorizou a passagem de dois aviões militares americanos, tipo C-17, com destino a Guantanamo, ambos provenientes de Incirlik (base na Turquia onde os voos provenientes do Afeganistão faziam geralmente escala): um, com a matrícula RCH947, que fez escala nas Lajes, Açores, no dia 20 de Setembro de 2004. Outro, com matrícula RCH948y, que partiu de Incirlik para Guantanamo a 19-20 de Setembro de 2004 e atravessou o espaço aéreo português.