O que é que leva o diretor do Expresso a apontar-me na sua coluna como alvo selectivo da sua ira contra os que contestam uma coligação de governo entre o PS e o PSD no quadro da atual legislatura, quando tantos outros comentadores tomaram a mesma posição, incluindo vários dos colunistas daquele semanário na mesma edição de sábado passado?
Sucede que defendi essa opinião com vários argumentos que, mal ou bem, deviam ser contestados antes da condenação daquela. Pelos vistos, há quem pense que opiniões "más" nunca podem ser sustentadas com bons argumentos.
Desconsiderando o tom pessoalmente ofensivo (não ofende quem quer…), o diretor do Expresso parece entender que quem, como eu, perdeu as eleições europeias há dois anos, deixa de ter legitimidade ou autoridade para emitir opiniões políticas. Não sei se pensa o mesmo de todos os políticos que perderam eleições por números expressivos, como por exemplo, Mario Soares há cinco anos.
Seja como for, pertenço a uma escola que pensa que os argumentos devem ser avaliados, não em função de quem os produz mas em função do seu mérito ou demérito próprio. Há quem entenda, porém, que o que deve valer são os argumentos “ad hominem”…