quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eurobonds

A Alemanha e os outros países da UE que se opõem à emissão conjunta de títulos de dívida (eurobonds) para financiar os orçamentos nacionais tem dois argumentos a seu favor. Primeiro, se eles garantissem a dívida de países em dificuldades financeiras -- e que por isso pagam juros muito altos -- também eles seriam penalizados, vendo subir as taxas de juro dos seus próprios empréstimos. Segundo, se os países mais indisciplinados financeiramente tivessem acesso ao crédito com juros mais baixos deixariam de ter incentivo para se corrigirem.
Todavia, ao primeiro argumento pode responder-se que os custos acrescidos para a Alemanha e outros países -- que por acaso são quem mais proveito tira do Euro -- seriam um baixo preço quando comparado com o risco de desmoronamento do Euro. Ao segundo argumento pode responder-se que a aceitação da emissão de eurobonds poderia ter justamente como condição a adopção pelos países beneficiários de medidas mais estritas de disciplina financeira.
Em vez de aguardar por uma integração mais avançada para considerar os eurobonds, os países liderantes da zona euro deveriam utilizá-los como alavança para "forçar" uma integração mais rápida e mais profunda das políticas orçamental, económica e tributária, sem a qual o Euro continuará sujeito a crises de estabilidade.