A terceira boa notícia do Conselho Europeu deste fim-de-semana, premiando a "teimosia" do primeiro-ministro italiano Monti, foi a decisão de autorizar o Mecanismo Europeu de Estabilidade a comprar dívida pública dos Estados-membros com dificuldade de acesso ao mercado a taxa de juro razoável, podendo fazê-lo tanto no "mercado secundário" como no "mercado primário" (ou seja, na própria emissão de títulos de dívida pública).
Embora essa hipótese esteja prevista nos estatutos do MEE, o seu accionamento
constitui um notável evento, admitindio o financiamento directo da dívida pública nacional por fundos da UE, que por sua vez fse inanciam nos mercados com aval dos Estados-membros. Trata-se obviamente de uma espécie de "eubonds" "avant la lettre".
Mesmo que tal intervenção fique naturalmente sujeita à condição de o Pais beneficário cumprir as metas de disciplina orçamental, trata-se de uma ajuda de valor inestimável no controlo dos custos de emissão de dívida e de luta contra a especulação com a dívida pública nacional. E é, bem entendido, mais um passo numa maior integração orçamental ao nível da União Europeia.
Nada como uma boa crise para fazer avançar a integração europeia!