Há quem continue a insistir em aproximar a situação económica e financeira de Portugal e da Grécia. Mas há duas diferenças óbvias, que justificam que Portugal tenha saído com êxito do programa de ajustamento enquanto a Grécia precisou de dois resgates e vai precisar de um terceiro, se quiser permanecer na zona euro..
Primeiro, a situação de partida dos dois países à data do resgate externo era substancialmente diferente, sendo muito pior na Grécia: maior défice orçamental, maior desequilíbrio externo, mais ineficiência da economia, menos sistema e máquina fiscal, menos Estado social.
Segundo, a Grécia foi muito menos capaz de realizar os objetivos e compromissos do programa de ajustamento, quer quanto à consolidação orçamental, quer quanto às reformas da economia. Basta ver, por exemplo, os quadros seguintes sobre a evolução das exportações nos dois países e sobre o incumprimento do programa de privatizações na Grécia.