As eleições legislativas vão ter inevitavelmente consequências sobre as eleições presidenciais, que vão entrar imediatamente na agenda política, depois da suspensão destes meses.
À esquerda, com a derrota do PS nas legislativas, que é também uma derrota de António Costa, a candidatura de Sampaio da Nóvoa pode perder fôlego dentro do Partido (que aliás nunca foi muito...), tanto mais que Maria de Belém deve anunciar a sua candidatura sem demora e tomar a dianteira no centro-esquerda. Neste quadro o mais provável é que o PS não tenha condições para apoiar oficialmente qualquer candidato na primeira volta, o que condena a candidatura de Nóvoa ao insucesso (tanto mais que o seu único apoio partidário oficial, o Livre, falhou rotundamente a sua aposta política nas eleições parlamentares).
À direita mantém-se também em aberto a possibilidade de dois candidatos, com igual abstenção de posição oficial dos partidos governamentais. Neste contexto, aumentam as chances eleitorais de Marcelo Rebelo de Sousa, não só por causa da sua maior visibilidade e notoriedade mas também pelos recursos e meios políticos, financeiros e mediáticos (mais importantes do que os outros) de que vai dispor.
Adenda
Como aqui se previa, o PS decidiu dar liberdade de voto aos militantes nas eleições presidenciais. Neste quadro torna-se problemática a manutenção da candidatura de Sampaio da Nóvoa, que dependia do apoio socialista.