É evidente que a comunicação de Cavaco Silva vai ser festejada entusiasticamente pela direita e seus comentadores, a cuja agressividade política contra a esquerda nada ficou a dever. Mas duvido que seja aplaudida pelos que fora do campo da direita discordam da solução de governo do PS com a esquerda radical, que não podem rever-se na linguagem bélica de CS nem na falta de um mínimo de distanciamento e serenidade institucional por parte do Presidente da República.
Seja como for, quando o Presidente da República toma partido militante numa ácida contenda partidária corre o risco de deixar de ser visto como o garante imparcial do regular funcionamento da instituições. E isso pode ser o princípio do fim da confiança coletiva no Presidente da República.