E tudo indica que vai tê-lo.
Parece-me, aliás, que o mesmo vai suceder com o PCP e o CDS. Desta vez, não existem obviamente condições para o habitual acordo entre o PS e o PSD para uma lista conjunta. O mais natural é haver duas listas, uma PSD+CDS e outra dos três partidos da esquerda parlamentar. Isso só é possível se cada partido tiver um lugar nas listas, a fim de somar os votos de cada campo. No final, cada lista acaba por eleger tantos candidatos quantos os partidos coligados (3+2).
Nada a objetar. Quando os dois partidos centrais estão desavindos, têm de fazer alianças com os partidos do seu próprio campo. Resta saber se esta é forma vindoura do combate político em Portugal.
Adenda
As coisa vão complicar-se quando se tratar de cargos que requerem a eleição por dois terços, como os juízes do Tribunal Constitucional. Sabendo-se que para isso é necessário um acordo entre o PSD e o PS (não sendo necessários os votos de mais partidos) e tendo, portanto, cada um deles um poder de veto sobre os candidatos da outra parte, é mais difícil acomodar as eventuais pretensões do BE e do PCP.
Adenda 2 (9/12)
Nesta peça, que confirma ou meu prognóstico, só não se compreende a peregrina ideia de que o PR poderia recusar-se a empossar os conselheiros eleitos pela AR "por errada aplicação da proporcionalidade" (!).