Francamente, não compreendo o frenesim da esquerda parlamentar em acabar de uma vez com o corte dos remunerações no setor público (que não afetou as mais baixas), com a sobretaxa do IRS (imposto que não é pago pelos portugueses de baixos rendimentos) e com a contribuição especial sobre as pensões (da qual estão isentas as pensões mais baixas). Ou seja, quem vai beneficiar mais com o fim destas medidas de austeridades são os rendimentos mais altos, sem nenhuma vantagem para os mais baixos.
Contra mim falo (pois vou beneficiar das anunciadas medidas), mas eu pergunto se de, um ponto de vista de esquerda, não valeria mais utilizar esses muitos milhões de euros nas políticas que mais carecem deles no programa do novo Governo, como a luta contra a pobreza, a ciência, a cultura, o SNS, etc, em vez de os distribuir por quem menos precisa deles.
Gostaria de em enganar, mas receio bem que a precipitação do "fim da austeridade" ainda possa trazer amargos de boca orçamentais.