Creio ser assaz ocioso o debate sobre os perigos da "espanholização" da banca nacional, por mais reais que eles sejam. A verdade é que os bancos nacionais precisam de capital e que: (i) não há capital privado nacional disponível para o efeito (nem para esse nem para outros...) e o Estado já tem de cuidar da CGD; e (ii) não há muitos candidatos estrangeiros a investir na banca nacional, pelo que a alternativa à Espanha parece limitar-se ao capital angolano ou chinês, origens que não são necessariamente mais recomendáveis.
Ora, se os bancos ainda podem ter nacionalidade (?), já o capital, como se sabe há muito, "não tem pátria" (e o dinheiro, como já opinava o imperador Vespasiano, também não tem cheiro...).
A verdade é que em Portugal todos - indivíduos, empresas e Estado - somos bons a gastar e a endividarmo-nos perante o estrangeiro em vez de aforrar e de investir. Sendo assim, por que nos admiramos de dependermos do capital estrangeiro?!