"Alepo jaz massacrada, Putin e Assad exultam. Incapaz de agir, que resta de credibilidade ao Conselho Europeu?
A Europa falha porque falta. Na Ucrânia agredida e ocupada pela Rússia. E na Síria, no Iraque, no Yemen, na Libia, na Palestina, onde Estados Membros não só não se coordenam mas rivalizam. A vender armas e noutros sórdidos negócios com regimes que fazem guerras por procuração instrumentalizando grupos terroristas, como o saudita, o qatari, o turco.
Não admira que Putin, Erdogan, em breve Trump, se afeiçoem a chantagear e encurralar uma Europa em retrocesso intergovernamental anti-integracão, a reboque de um governo alemão sem estratégia, que pode querer apaziguar, mas de facto alimenta populismos xenófobos.
Do euro incompleto que semeia divergência e desigualdade, à fiscalidade não harmonizada que desvirtua mercado interno e aproveita à corrupção e crime organizado, passando pela Fortaleza Europa que entrega migrantes e refugiados a redes de traficantes e radicaliza os seus próprios jovens dando recrutas à hidra terrorista: esta não é a União Europeia da paz, dos direitos humanos, da solidariedade e do progresso.
Esta Europa inter-governamental não nos protege, nem defende: destrói-se, pondo em causa a nossa segurança e a segurança global."
Minha intervenção em plenário do Parlamento Europeu, esta manhã, sobre a preparação do próximo Conselho Europeu (15.12.2016)