1. Segundo esta notícia, o anúncio da "taxa das eólicas" levou à desistência de investimentos de 400 milhões. Sim, além da exigência de indemnização pelos investidores atingidos, como referi meu anterior post sobre o assunto, a contribuição especial teria seguramente um efeito de fuga de novos investimentos.
Num País como Portugal, que padece de um claro défice de investimento interno, tanto público como privado, o investimento estrangeiro é crucial, para mais numa área chave para a autonomia energética do País, como são as energias renováveis. Respeitar as condições de atratividade que o levam a vir deveria ser uma linha vermelha para todos os governos.
Nesta matéria o aventureirismo político paga-se caro.
2. De resto, nada obrigava e tudo aconselhava o PS a não apoiar esta medida.
Por um lado, ela não constava de nenhum dos compromissos interpartidários em que assentou a atual solução governativa; por outro lado, como partido de esquerda moderada que é, o PS não pode compartilhar do atávico ódio da extrema-esquerda ao investimento privado em geral e ao investimento estrangeiro em especial. Acresce que neste caso estava em causa também o respeito de compromissos do Estado com investidores estrangeiros, cujos interesses legítimos não podem ser arbitrariamente lesados (Estado de direito oblige!...)
Por isso, há que saudar o "golpe de rins" do Governo e do PS nesta matéria, que esteve à altura da gravidade da questão. O pior teria sido insistir no erro até ao fim.