1. Esta tabela, retirada de um inquérito da UE e analisada por Luís Aguiar-Conraria AQUI, não podia ser mais dececionante sobre a perceção dos empresários acerca da ligação entre negócios e poder político entre nós.
Perguntados sobre se concordam ou discordam da afirmação de que "Neste país o único modo de ser bem-sucedido nos negócios é ter ligações políticas", nada menos de 70% dos empresários consultados responderam que concordam! Pior, só mesmo a Roménia, o que não é propriamente boa companhia. Mesmo no "clube do Mediterrâneo" Portugal aparece bem pior do que a Espanha e a Grécia, parceiros habituais nestes rankings comprometedores. Comparado com os países escandinavos, é um verdadeiro fosso.
2. Mais importante do que a diferença de riqueza e de desenvolvimento económico é a divergência cultural e a separação entre o Estado e a economia, que vão demorar bem mais tempo a recuperar.
Enquanto as empresas continuarem a depender decisivamente de ajudas públicas (subvenções, isenções fiscais, etc.) e todos viverem um pouco à custa do Estado, favorecendo quem tem melhor acesso aos decisores políticos, pouco vai poder mudar. A falta de regulação da atividade de lóbi vai no mesmo sentido, privilegiando a arcana praxis e dando vantagem para os correlegionários políticos.
Decididamente, não temos conserto.