1. Num interessante livro sobre as eleições europeias, publicado em abril deste ano, que só agora pude ler, o Professor Nuno Sampaio escreve (p. 29) que eu (tal como Paulo Rangel) seria defensor da eleição direta do presidente da Comissão Europeia.
Trata-se, porém, de um lapso de informação, pois não só nunca defendi tal solução como me tenho oposto a ela em várias ocasiões, como, por exemplo, aqui e aqui. Por isso, convém corrigir essa informação em futura edição.
2. Sobejam os meus argumentos contra:
- primeiro, a eleição direta do chefe do governo é própria dos regimes presidencialistas ou afins, pouco representado na Europa da UE, de que não sou minimamente adepto;
- segundo, a eleição direta eliminaria a sua responsabilidade política perante o PE, o que constituiria um enorme empobrecimento democrático da União;
- por último, no caso concreto, a eleição direta daria um enorme peso aos eleitores dos maiores países da União, nomeadamente a Alemanha e a França, muito maior do que o que detêm no Parlamento Europeu, a quem cabe hoje eleger o presidente da Comissão, como convém.