sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Bicentenário da Revolução Liberal (27): J. Ferreira Borges

1. Em mais um estudo sobre os protagonistas da Revolução Liberal, em coautoria com o Professor José Domingues, desta vez ocupamo-nos do portuense José Ferreira Borges (1786-1838), neste artigo agora publicado na História JN  (nº 30), acabado de sair. 
Sendo a justo título usualmente referido, ao lado de Manuel Fernandes Tomás, como personalidade central da Revolução, ele foi cofundador do Sinédrio, comandante operacional do 24 de agosto, membro do governo provisório,  deputado às Cortes Constituintes e exilado da contrarrevolução antiliberal em 1823.
A toponímia de várias cidades (Porto, Coimbra, Lisboa) regista devidamente esse "heroico revolucinario de 1820". 

2. Menos conhecida é a faceta da sua ligação umbilical à burguesia comercial portuense, o principal esteio social da Revolução, ligação que vai do berço ao túmulo - tema que estudamos neste artigo. 
De facto, nascido no seio de uma abastada família de armadores da praça do Porto, à cidade natal haveria de voltar no final da sua curta vida, inteiramente dedicada aos temas comerciais, como advogado, como político, como estudioso, como autor do Código Comercial, como juiz dos tribunais de comércio, como criador das "praças comerciais", entre as quais a do Porto, cuja Associação Comercial lhe retribuiu a dedicação com a edificação do monumento funerário no Cemitério da Lapa. 
Poucas homenagens fúnebres háverá tão merecidas quanto esta a uma grande vulto do Liberalismo em Portugal.