1. Na reunião do Conselho de Estado que deu parecer favoravel à dissolução parlamentar, só os representantes do BE e do PCP (Francisco Louçã e Domingos Abrantes, respetivamente) votaram contra. Ora, foram esses mesmos partidos que "decretaram" a dissolução, ao rejeitarem o orçamento, quando o PR tinha repetidamente advertido que a rejeição do orçamento implicava dissolução parlamentar, por abrir uma crise política sem outra saída viável.
Esta flagrante contradição, recusando aceitar as consequências necessárias das suas opções, revela mais uma vez a supina irresponsabilidade política da esquerda radical.
2. É certo que provavelmente (e desejavelmente!) vão ser eleitoralmente punidos, por se juntarem à direita para rejeitar o orçamento, privando muitos portugueses de menores rendimentos das vantagens que ele lhes trazia.
Mas se forem os vencidos das eleições, ao mesmo tempo que dão chances eleitorais à direita e à extrema-direita, a si mesmos o devem. Terão o que levianamente buscaram.