1. Como se previa, segundo as estimativas eleitorais, a coligação eleitoral de Macron vence as eleições parlamentares de hoje em França, mas longe da confortável maioria absoluta que tinha na legislatura cessante, perdendo um terço dos deputados, em benefício da extrema-esquerda de Mélenchon (NUPES) e da extrema-direita de Le Pen (RN). Embora também perdendo deputados, os Republicanos (LR) aguentam melhor do que o esperado.
Ou seja, sem maioria parlamentar absoluta e com um parlamento e um País politicamente mais extremados, Macron tem agora um segundo mandato bem mais árduo, tanto mais que a direita republicana já anunciou que vai manter-se na oposição, recusando qualquer coligação governativa. Trata-se de um claro revés político do Presidente.
2. Nos próximos cinco anos, se não houver eleições antecipadas, o Palácio do Eliseu (residência oficial do Presidente) vai ter de ceder espaço político ao Palácio Bourbon (sede da Assembleia Nacional) e ao Hôtel Matignon (residência do primeiro-ministro).
Mesmo que, como se espera, mantenha o protagonismo na política europeia e internacional, sua reserva de poder constitucional, a nível interno o monopólio político de Macron acabou.
[Alterada a rubrica inicial do post]